ESPRESSOU-SE
“Não sei como eles sobreviveriam nesse mundo louco.” – Kim Kardashian não quer ter sete filhos, mas Kanye não para de ‘assediá-la’ com a ideia. Um é pouco, dois é bom, sete é demais.
Diga Sim Pra Mim
A notícia.
Hoje o presidente eleito tem reunião para decidir os nomes que iniciarão a transição.
Moendo os grãos.
Os principais aliados de Bolsonaro se encontram hoje no Rio para dar start na transição para o novo governo; discutir o número de ministérios; e quem deverá ocupá-los. Até agora, o futuro presidente tem três nomes confirmados: o amigo deputado Onyx Orenzoni na Casa Civil (chief of staff); o ‘posto Ipiranga’ Paulo Guedes na economia; e o general Augusto Heleno na Defesa.
You’ve got a friend in me.
Bolsonaro diz que vai preencher os ministérios por critério técnico, e não para agradar os partidos que o apoiaram. Ao mesmo tempo, se cercou de aliados em várias áreas e eles, automaticamente, já se tornaram os favoritos a ocupar as pastas. Veja quem são os cotados.
Morobloco.
Ontem ele disse que quer Sérgio Moro como ministro da Justiça ou no Supremo. Ah, e quer aprovar parte da reforma da Previdência ainda esse ano – com a ajuda de Temer.
A grande família.
Quem estará sempre ao lado do presidente são os filhos. A partir de 2019, teremos um Bolsonaro na Câmara, um Bolsonaro no Senado e, claro, um Bolsonaro na presidência do país. Ou seja, um novo e poderoso clã na política brasileira – e, de acordo com o Financial Times, a mais poderosa dinastia da América Latina.
Miss Brasil.
Discreta e evangélica: essa é a nossa primeira-dama.
The Day After
Amor, ordem, e progresso?
Ontem Haddad foi cordial ao tuitar “presidente Jair Bolsonaro, desejo-lhe sucesso. Boa sorte”. O presidente eleito agradeceu: “Senhor Fernando Haddad, obrigado pelas palavras”. Após uma campanha tão violenta e polarizada será possível unificar o país?
Lula lá.
Já o 35o presidente do Brasil recebeu o resultado com “tranquilidade’. O ex-presidente, que está preso em Curitiba, recomendou calma ao PT e pediu que o partido apoie Haddad.
Enquanto isso.
Em sua primeira entrevista ao JN como presidente eleito, Bolsonaro voltou a atacar a imprensa e disse que a Folha de S. Paulo “já acabou”. O jornal, fundado em 1921 – o de maior circulação no Brasil –, rebateu dizendo que Bolsonaro ainda não entendeu o valor da democracia e o papel do jornalismo. Ex-candidatos, como Alckmin e Marina, criticaram o novo presidente: “começou mal”.
Million dollar baby.
O dólar pós-eleição abriu o dia abaixo de R$ 3,60, mas logo a euforia perdeu fôlego e a realidade bateu à porta: ‘presidente eleito, ok, e agora, o que será feito?’. Bom, o dia terminou com o dólar subindo 1,4% e a bolsa caindo mais de 2%.
Daqui Pra Frente
O que esperar da Era Bolsonaro?
Apesar do recorde histórico de votos brancos e nulos – o maior desde 1989 – , Bolsonaro saiu das urnas mostrando que tem força pra aprovar sua agenda… a única dúvida ainda é: que agenda é essa? Bom, é possível imaginar algumas das possíveis medidas, em diferentes áreas, vamos lá.
Na economia.
Abraçado pelo mercado financeiro desde o início, Bolsonaro, e seu guru Paulo Guedes, precisam agora detalhar como será a retomada da economia. O consenso é de que pra gerar emprego e fazer o país crescer é preciso resolver o problema fiscal – a reforma da Previdência será essencial para tanto (mas deve deixar os militares de fora).
Na educação.
Ele falou muito em “expurgar a ideologia de Paulo Freire” das escolas – o educador e filósofo que criou as bases da pedagogia crítica, mas era considerado “subversivo” pela ditadura militar. Ele ainda fala em “priorizar ciências e português sem doutrinação e sexualização precoce”.
Nas Forças Armadas.
O ministério da Defesa – pasta que comporta Exército, Aeronáutica e Marinha – era comandado por um civil desde à volta da democracia, mas isso mudou no início do ano, quando Temer colocou um militar pela primeira vez no cargo. Bolsonaro quer intensificar as GLOs (Garantia da Lei e Ordem), além de aumentar a presença dos militares em áreas diferentes da Defesa, como educação e saúde.
Na política externa.
Deverá ser a mais alinhada aos EUA desde o governo do marechal Castelo Branco, em 1964. O próprio Trump já disse que falou sobre maior parceria entre os Exércitos, e ambos ainda são contrários às organizações multilaterais como a ONU e a OEA. Por sinal, suas primeiras viagens serão pros EUA, Chile e Israel.
Na saúde.
A maior preocupação dos brasileiros, de acordo com as pesquisas, Bolsonaro nunca foi muito específico nessa área. No programa, as ideias não poderiam ser mais vazias, ele fala em “não aumentar os recursos, mas melhorar a gestão”.
Na cultura.
Bolsonaro quase não tocou no assunto. Ele deu a entender que vai cortar recursos; eliminar o Ministério da Cultura; e rever a tão falada Lei Rouanet.
No meio ambiente.
Esta é a área – além de Direitos Humanos – em que especialistas mais temem retrocessos. Bolsonaro é apoiado pela poderosa bancada ruralisata, o agronegócio, e ele já falou em aumentar a mineração; vender partes da Amazônia; acabar com a demarcação de terras indígenas; e fundir o ministério do Meio Ambiente ao da Agricultura.
Na segurança.
É a sua principal bandeira e deve ser a pauta dos 100 primeiros dias de governo. Ele quer fortalecer uma agenda armamentista – flexibilizar o porte de arma – e diminuir maioridade penal. A ‘carta branca’ pra policiais matar também está na pauta. Here we go.
ESPRESSO SHOTS
The end of Merkel.
Após mais de 15 anos como líder da maior economia europeia, Angela Merkel decidiu ontem que não tentará a reeleição de novo – isso depois de mais uma derrota de seu partido em eleições regionais. Sem Merkel, considerada ‘líder do mundo livre’ depois que Obama se foi, o futuro da Alemanha é mais incerto do que nunca. Com o fim do Merkelismo, e a ascenção de Bolsonaro, uma coisa é certa: o trumpismo tá bombando.
Trick or treat.
Para terminar, o anual desfile de Halloween de cães em NYC – por que não existe nada mais fofo do que cachorrinhos em fantasias.
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Tenha uma terça-feira plena. Até amanhã.